O quarto bagunçado… e a mente?

Arrumação não é tão simples. Não sei pra você, mas pra mim é bem complicada essa história. Gosto de limpeza e organização, mas tem algumas coisas que dão tanto trabalho que quase desisto. Ontem decidi que iria arrumar o guarda-roupa.

Foi típico. Tirei tudo de dentro e joguei em cima da cama; passei um pano no interior do móvel e olhei para a pilha de roupas e objetos. E agora? Encarar aquela bagunça despertou algo em mim – um incômodo e uma necessidade de mudar aquilo, ao mesmo tempo em que uma vontade de fugir daquele trabalho se emaranhava nas minhas pernas dizendo-as para irem se deitar no sofá.

Preguiça? Talvez um pouco, mas acho que era mais que isso. Arrumar é bem difícil às vezes: coisas para limpar, jogar fora, organizar, reorganizar. É nisso em que vemos explicitamente o que está fora de lugar. Nosso exterior acaba por se materializar em objetos nossos e ficamos sem saber o que fazer por um momento. O que vai? O que fica? O que muda?

O corpo se cansa fisicamente e a mente trabalha, vendo ali a chance de mudar. Mas dá trabalho, ela também pensa. Pois dá sim, mas precisa ser feito. Do mesmo jeito em que fazemos com o guarda-roupa, nosso interior precisa dessa arrumação. E não vai ser tão fácil. Expor o interior assim pode ser dolorido e colocar as coisas de volta em seu devido lugar será cansativo. Mas precisamos, essa é a questão.

Agora tudo está arrumado. Há espaço para novos pertences, há uma caixa de roupas para doação, há uma aparência tão organizada que me sinto feliz. Posso dormir melhor hoje.

Escrito por Sofia


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